Sedentas pelo novo álbum, as pessoas não estavam se contentando só com a música “Formation“ disponibilizada de graça no Tidal. Beyoncé se tornou o centro das atenções no Super Bowl e depois com o lançamento da linha de roupas Ivy Park, em parceria com a Topshop.
Mas dessa vez, a atenção ficou voltada para as denúncias de mão de obra barata no Sri Lanka. De acordo com o The Sun, os funcionários contratados pela marca, em sua maioria mulheres, recebem cerca de US$6 por dia. Entretanto, esse é um valor acima do salário mínimo local, que está na faixa dos US$2,60 ao dia.
Beyoncé se transformou da noite para o dia, um ícone da escravidão e muitas vezes, por fãs de outras cantoras, gays em sua maioria. Mas basta colocar a preguiça de lado e fazer uma rápida análise para compreender que, tanto o The Sun quanto as pessoas “indignadas” com as atitudes de Beyoncé, parecem mais preocupados em simplesmente desmoralizar a imagem da artista.
Não é de hoje que Beyoncé tem incomodado as pessoas. No álbum visual #Beyoncé, ela foi acusada de falsa feminista, com #Lemonade, acusada de falsa ativista e que usa a dor dos negros para se promover.
É muito importante ter noção de que a Ivy Park não é a única marca acusada dessa prática, infelizmente, e na lista das marcas criticadas por esse tipo de trabalho há nomes bastante conhecidos, como a Tommy Hilfiger, H&M, Timberland, Puma, Nike e, saindo da área de vestuário, Apple, Samsung, Nokia, entre outras. Empresas que, nos últimos anos, estiveram ao lado de artistas como Taylor Swift, Miley Cyrus, Drake e Rihanna, só para citar alguns.
Kylie Jenner também trabalha com a mesma empresa que promove a linha de roupas da Beyoncé, mas não escutamos reclamações sobre isso, por que será?
Tudo é muito mais complexo do que se imagina e no fim das contas, a intenção não é expor o quanto essa prática é frequente e ruim, mas sim em julgar Beyoncé que passou a se posicionar contra o racismo, machismo, a violência policial contra os negros e o apoio a mulheres para que cada dia se tornem donas de si e muitos se incomodam em ver uma mulher negra se tornando cada vez mais influente no mundo.
As acusações nos jornais sensacionalistas e em portais de Facebook, são de extrema desonestidade intelectual.
É importante constar que: 5 euros por dia = 828,760 Rúpias Cingalesas 111 euros por mês = 18.398,65 Rúpias Cingalesas Sendo que: Salário mínimo no Sri Lanka = 10,000 Rúpias Cingalesas/mês ou 400 Rúpias Cingalesas/dia
Por pior que seja o salário, Beyoncé ou seja lá quem for ainda paga um valor a cima do salário mínimo e os funcionários ainda tem 2 dias de folga por semana. Antes de acusar alguém de escravidão é melhor pesquisar as leis trabalhistas do lugar em questão. O que está muito errado é a forma que certos países deixam outros na miséria absoluta, fazendo com que, por exemplo, 828 rúpias sejam equivalentes a apenas 5 euros.
Mas claro que isso é culpa exclusivamente de Beyoncé...