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Conheça cada faixa do RENAISSANCE, o novo álbum da Beyoncé

O sétimo álbum de estúdio da Beyoncé, RENAISSANCE, foi feito para frequentarmos baladas de música pop em 2022. Nele, ela faz de tudo com a voz e solta o house em grande estilo!

Elaboramos este post com informações de cada uma das 16 faixas lançadas em 29 de julho, numa sexta-feira. Vale a pena ouvir o disco por completo e sem interrupções, saboreando as transições contínuas.


1. I'M THAT GIRL


Na abertura de “I'm That Girl”, Beyoncé já começa “I pull up in these clothes, look so good” (eu chego nessas roupas, tão linda), revelando claramente quais serão os planos do disco: ficar belíssima para brilhar na pista de dança.


Além disso, a cantora entra na contramão dos valores atuais dos estadunidenses, que tem muito orgulho de sua pátria, e diz ser “un-american” (não-americana). Na faixa, ela usou sample da música “Street Shit”, lançada em 1998 por Tommy Wright III & Princess Loko.



2. COZY


Aqui, a voz de Beyoncé apresenta uma certa atitude arrogante na pegada da região sul dos Estados Unidos. Trata-se de uma celebração ao amor próprio e aceitação de si, de orgulhosamente ser negra, tendo a pele escura, clara ou bege. É sobre se sentir “comfortable in my skin” (confortável na minha pele).


Ela inclusive descreve a bandeira Progress Pride, do orgulho LGBTQIA+, em um de seus trechos: fora as seis listras originais, essa bandeira de Daniel Quasar traz as listras da bandeira trans e da comunidade negra em formato de seta, mostrando que ainda há muito progresso a ser feito com relação à estas causas.


Black like love too deep

Dance to the soles of my feet

Green eyes envy me

Paint the world pussy pink

Blue like the soul I crowned

Purple drank and couture gowns

Gold fangs and shade God made

Blue, black, white and brown

Paint the town red like cinnamon

Yellow diamonds limoncello glistering Rainbow gelato in the streets Renaissance yachtin’ in Capri


Confira:



“Cozy” fez uso tanto de “Get With U” de Lidell Townsell & MTF, quanto do discurso “B**ch I’m Black” da trans Ts Madison, que aborda o orgulho que ela sente por sua pele negra, cabelo e demais características. Também há trechos de “Unique”, lançada em 1991 por Danube Dance em parceria com Kim Cooper.


O discurso de TS Madison tem restrição de idade e só pode ser visto no YouTube, clique aqui.



3. ALIEN SUPERSTAR


O erotismo fica evidenciado em partes como “lingerie reflecting off the mirror on the bar” (lingerie refletindo no espelho do bar) e “diamonds beneath my thighs” (diamantes entre as pernas). “Alien Superstar” puxa um pouco de discoteca, funk, techno, hip-hop, house, dancehall, afrobeats, cultura ballroom e muito mais.


Na faixa, Beyoncé apresenta elementos de “Moonraker” do Foremost Poets e “Do It Your Way” de Mood II Swing, que traz um discurso sobre “Black Theatre”, feito por Barbara Ann Teer. “I’m Too Sexy” do Right Said Fred também aparece aqui, bem como uma retomada de “Unique”, que foi introduzida na faixa anterior.



4. CUFF IT


Com um tom profundo e sensual, Beyoncé fala sobre ficar chapada de desejo e brinca com sadomasoquismo. A faixa à la anos 70 é uma efervescente fantasia disco para “gettin' fucked up tonight” (ficar fodida esta noite). Durante “Cuff It”, a artista usou elementos de “Ooo La La La”, lançada em 1988 por Teena Marie.



5. ENERGY (feat. Beam)


Umas das poucas declarações explicitamente políticas aparecem em “Energy”, onde Beyoncé zoa a derrota de Trump, “voting out 45” (votando pra tirar o 45º), e alega que as mulheres brancas conservadoras estão virando terroristas ao rimar: “entered the country with derringers 'cause them Karens just turned into terrorists” (entrei no país com derringers, porque as Karens acabaram de se transformar em terroristas).


Derringers: designação genérica para armas curtas que não podem ser classificadas nem como um revólver nem como uma pistola semiautomática. Karens: termo pejorativo para mulheres que se percebem como detentoras de direitos além do normal. Em memes, retrata mulheres brancas que abusam do privilégio para suas exigências.


“Energy” estabelece a transição do som disco-funk da anterior, para o house da faixa seguinte. Contém sample do aclamado “Milkshake” de Kelis (2003), traz “Explode” da Big Freedia e retoma “Ooo La La La” de Teena Marie.



6. BREAK MY SOUL


Confirmando o que sabemos, “Break My Soul” faz jus ao posto de hino da Grande Renúncia nos Estados Unidos. Nesta faixa, o alcance de Beyoncé por si só já é impressionante: crescente, mas sério. E quem não quer largar o emprego, se apaixonar, cair na pista e encontrar uma nova motivação?


Como falamos anteriormente, o primeiro single do álbum conta com um trecho de “Explode” da Big Freedia e o instrumental traz sample de “Show Me Love”, hit dos anos 90, da cantora Robin S.



7. CHURCH GIRL


A letra de “Church Girl” combina religião e pancadão, convidando o ouvinte a engatar no twerking, “drop it like a thotty” (desça como uma gostosa safada). Ela mistura um sample (acelerado) da música “Center of Thy Will” do grupo gospel Clark Sisters em uma base house e bounce, variação de rap. Também incluiu elementos de “Where They At” (1992) do DJ Jimi, de “Think (About It)” (1972) de JamesBrown e LynCollins e de “Drag Rap” (1986) do The Showboys.



8. PLASTIC OFF THE SOFA


A expressão de Beyoncé é macia e sensual em “Plastic Off The Sofa”, falando sobre o quão segura seu amor a faz se sentir, mesmo em um mundo cheio de conflitos. Nesse jazz-funk, ela enche Jay-Z de declarações, mas aproveita para brincar com ele. “I think you're so cool” (eu acho que você é tão legal), então solta uma risadinha e diz: “even though I'm cooler than you” (mesmo que eu seja mais legal que você).


9. VIRGO'S GROOVE


Uma música bem funkadélica, groovy e a mais longa do disco, contendo 6 minutos de duração. Beyoncé mais uma vez abraça desejo e prazer, a faixa “Virgo’s Groove” tem uma espécie de ternura inabalável.


10. MOVE (feat. Grace Jones & Tems)


Com toque afrobeats da nova cena eletrônica da Nigéria, “Move” é uma afirmação da mulher negra e impõe a necessidade de um tempo na companhia das amigas. A empolgante faixa pede que Grace Jones e Tems entreguem um aviso majestoso a qualquer tolo o suficiente para entrar no caminho delas: “want me to get turn up, make it trouble” (quer que eu apareça, arrume problema).


11. HEATED


Pautada em uma batida reggaeton dançante, B faz referência às peças Tiffany e Chanel que usa. Também há uma parte no final de “Heated” que ela trabalha a própria emissão de som de um jeito que nunca a ouvimos fazer antes, Beyoncé se prepara para encerrar a faixa uivando roucamente “uncle Johnny made my dress” (tio Johnny fez meu vestido). Com coautoria de Drake, é um hit em potencial!


12. THIQUE


Considerada a faixa mais obscura do RENAISSANCE, talvez pela entonação grave, meio áspera e desafiadora de Beyoncé, “Thique” fala de um cara que “thought he was loving me good” (achava que estava me amando bem), a quem ela disse para “go harder” (se esforçar mais) ou ir mais fundo... aí vai da mente de cada um.


13. ALL UP IN YOUR MIND


A transição da faixa anterior para esta ficou simplesmente impecável. Com a base etérea do hyperpop, ousadia se faz presente em “All Up In Your Mind”. É provavelmente a faixa mais moderninha do álbum, se comparada às direções atuais da música pop.


14. AMERICA HAS A PROBLEM


O título sugere um apelo político, mas o tal problema mencionado é a tamanha sensualidade da Beyoncé. “America Has A Problem” faz uma representação do amor, usando termos que conduzem nossos pensamentos às drogas.


A base desta faixa é o miami bass, que teve influência no funk carioca e traz sample de “Cocaine (America Has a Problem)”, lançada em 1990 por Kilo Ali.



15. PURE/HONEY


“Pure/Honey” é um grande bate-cabelo em uma batalha de femme queens, com o pop funk e R&B dos anos 90, sobre a base firme da música eletrônica negra. A faixa contém elementos do hit “Miss Honey” (1992) de Moi Renee, samples de “Cunty”, lançada em 1999 pela drag queen Kevin Aviance e “Feels Like” (2011), canção de MikeQ e Kevin JZ Prodigy.



16. SUMMER RENAISSANCE


A última faixa do álbum, “Summer Renaissance”, é um house moderno com traços de electro e uma profundidade surpreendente de conhecimento sobre ritmo e harmonia, colocando Beyoncé como arranjadora e líder de banda em um nível Prince e Stevie Wonder. Ela utilizou sample de “I Feel Love” de Donna Summer e um riff do mago Giorgio Moroder.



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